Mestrado em Ecologia e Conservação

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    Diversidade de mamíferos atropelados no semiárido brasileiro: influência da sazonalidade e perfil da estrada
    (2022-05-30) Shimabukuro, Ayko Reinaldo; Calabuig, Cecilia; Calabuig, Cecilia; Forti, Lucas Rodriguez; Bueno, Cecília; Morlanes, Viviane
    Os mamíferos estão entre as populações menos densas e correm mais risco de serem reduzidas através dos atropelamentos. O impacto por atropelamento pode ser ainda mais grave se próximo à Unidades de Conservação (UC) que, muitas vezes, funcionam como abrigo a diversos vertebrados ameaçados. O objetivo deste estudo foi realizar o levantamento de mamíferos silvestres e domésticos atropelados em estradas do entorno do Parque Nacional da Furna Feia, no bioma Caatinga do estado do Rio Grande do Norte para compreender se os atropelamentos são influenciados pelo porte do animal, sazonalidade e/ou perfil da estrada. Ao todo, foram percorridos 8.279,2 quilômetros de estradas em 79 dias de monitoramento para mamíferos silvestres (2013-2021) e 6.288 quilômetros em 60 dias de monitoramento para mamíferos domésticos (2015-2021). As estradas monitoradas foram classificadas de acordo com o perfil, onde: a) BR - estrada federal, pavimentada, com acostamento e alto fluxo de veículos; b) RN estrada estadual, pavimentada, sem acostamento e médio fluxo de veículos e; c) ET estrada de terra, sem pavimento, sem acostamento e baixo fluxo de veículos. O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar a diferença entre as taxas de mortalidade entre portes do animal, épocas do ano e perfis das estradas para todos os mamíferos. Modelos lineares foram gerados e submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc) considerando as taxas de mortalidade como dependente e as variáveis porte, perfil da estrada e sazonalidade como explicativas. O presente estudo registrou 437 mamíferos atropelados, sendo 253 silvestres, 148 domésticos e 36não identificados. A taxa de mortalidade geral foi de 0,052 ind./km/dia. Cerdocyon thous, Didelphis albiventris e Galea spixii, foram os mamíferos silvestres mais atropelados, e, dentre os domésticos, Felis silvestris catus e Canis lupus familiaris foram os mais atropelados. Não houve diferenças nas taxas de atropelamento entre as estações do ano. O perfil da estrada juntamente com o porte explicou a quantidade maior de atropelamentos. Mamíferos de porte médio foram os mais atropelados. Estradas com alto fluxo de veículos, pavimentadas e com acostamento favorecem os atropelamentos quando comparadas com estradas com baixo fluxo de veículos e sem pavimento
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    Caracterização de lesões, densidade mineral óssea, microbiota e endoparasitas do trato gastrointestinal de animais silvestres mortos por atropelamento no semiárido brasileiro
    (2022-05-27) Freitas, Itainara Taili da Silva; Calabuig, Cecilia Irene Pérez; Calabuig, Cecilia Irene Pérez; Antunes, João Marcelo Azevedo de Paula; Calabuig, Cecilia Irene Pérez; Antunes, João Marcelo Azevedo de Paula; Costa, Fabino Séllos; Pereira, Viviane Morlanes
    Um dos fatores antropogênicos que mais impactam na biodiversidade terrestre são as rodovias. Além dos efeitos barreira e depleção, as estradas também são cenários dos atropelamentos de fauna, causa mais comum de perda de biodiversidade de vertebrados silvestres na atualidade. Apesar disso, os cadáveres desses animais podem ser utilizados como amostras oportunistas, ótimas fontes de informações acerca da dinâmica populacional, um dos principais objetivos da Ecologia de Estradas. Por outro lado, apesar do crescente interesse e produção acadêmica nessa área da Ecologia, ainda são poucos os estudos que se utilizam desse tipo de amostragem oportunista, especialmente na Caatinga. Sendo assim, esse estudo teve como objetivo primário a descrição de lesões sofridas por animais silvestres mortos por atropelamento em estradas do Rio Grande do norte, Brasil, através de necropsia e tomografia computadorizada quantitativa, além de descrever os valores de densidade mineral óssea das espécies estudadas. Descreveu-se também a microbiota e presença de endoparasitas gastrointestinais dos espécimes coletados. O conhecimento da microbiota bacteriana do trato gastrointestinal das espécies abrange o importante tema no emergente tópico One health, que aponta a resistência bacteriana a antimicrobianos como um grave problema mundial de saúde pública. E por fim, o estudo dos endoparasitas gastrointestinais que afligem os animais silvestres possibilita o conhecimento acerca das relações entre parasitas e hospedeiros e ajuda a entender as variações que ocorrem na dinâmica populacional das estruturas das comunidades de vertebrados. Prover uma base de dados acerca das principais lesões encontradas em animais frequentemente atropelados serve com auxílio aos profissionais de resgate e reabilitação de fauna silvestre, que contribuem com a conservação das espécies a nível individual. Além disso, os dados gerados acerca de Ecologia de Estradas servem como base para a implementação de medidas de mitigação contra os atropelamentos de fauna silvestre, contribuindo para a conservação das espécies a nível populacional
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    Assembleias de cupins (Blattodea: Isoptera) em diferentes coberturas do solo no semiárido nordestino
    (2020-01-30) Souza, Michael Pratini Silva de; Florencio, Daniela Faria; Florencio, Daniela Faria; Araújo, Ana Paula Albano; Albuquerque, Emília Zoppas de
    Uma das maiores ameaças a biodiversidade é a conversão de áreas nativas em áreas antropizadas, com a introdução da agropecuária e silvicultura, com consequente transformação das paisagens naturais em um mosaico composto por manchas em diferentes estágios de sucessão. Essas transformações provocam alterações estruturais, na composição química, física e biológica dos ambientes. No Brasil, a Caatinga é um dos biomas mais alterados. Os cupins são insetos importantes no funcionamento dos ecossistemas, além de bons modelos para estudos de impactos ambientais, dado a sua rápida resposta às alterações antrópicas. Ao longo dos estágios de sucessão secundária ocorre um possível aumento da heterogeneidade vegetal, diversificação de locais para nidificação e aumento na disponibilidade e variabilidade de recursos alimentares, testamos as hipóteses de que o avanço na sucessão (i) promove o aumento na riqueza e ocorrência de cupins e (ii) altera a composição taxonômica, hábitos alimentares e de nidificação. Esse trabalho foi realizado no Parque Nacional da Furna Feia (PNFF) e em sua zona de amortecimento, localizados entre os municípios de Mossoró e Baraúna, Rio Grande do Norte, Brasil. As coletas foram realizadas em nove áreas, distribuídas em três estágios de sucessão secundária (inicial, intermediária e tardia) na Caatinga, no período entre setembro e dezembro de 2018. Em cada área foi delineado dois transectos nos quais foram realizadas amostragem de cupins, das variáveis estruturais, das variáveis químicas e físicas do solo. Para testar as nossas hipóteses, utilizamos Modelos Lineares Generalizados (GLM), com análises de contraste e de resíduos e Análise dos Componentes Principais (ACP). Foram registradas nove morfoespécies de cupins, distribuídas em cinco gêneros e duas famílias. Nas áreas de estágio de sucessão inicial não houve encontro de cupins. A riqueza e a ocorrência foram semelhantes entre os estágios intermediário e tardio, os quais foram maiores nesses estágios em relação ao estágio inicial. A composição taxonômica, dos grupos alimentares e dos hábitos de nidificação foram semelhantes entre os estágios de sucessão intermediária e tardia. As áreas em estágios de sucessão inicial e tardio apresentaram distinta composição química, física e estrutural. As áreas em estágio de sucessão tardio e intermediário apresentaram maior densidade de árvores, de serapilheira em relação às áreas em estágio inicial. Por sua vez, as áreas em estágio tardio apresentaram maior disponibilidade de carbono orgânico total (COT) em relação as áreas em estágios inicial e intermediário. Assim, a complexidade e a heterogeneidade do habitat resultante da sucessão ecológica podem ser consideradas fatores importantes para as assembleias de cupins na Caatinga. Esses resultados reforçam o potencial dos cupins como indicadores biológicos da qualidade do habitat neste bioma, além do fato de que a conservação de áreas com diferentes estágios de regeneração florestal (com foco em áreas em estágios intermediário e tardio) como é o caso do PNFF é fundamental para a conservação das comunidades de cupins. Por fim, sugere-se práticas menos intensas de manejo de solo, redução de áreas de pastagem em regiões do semiárido e a introdução de vegetação arbórea nessas áreas visando melhoria nas condições estruturais possibilitando assim, a ocorrência de cupins e de suas importantes funções aos ecossistemas
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    Riqueza de esponjas e sua fauna associada em dois recifes de arenito do litoral do Rio Grande do Norte
    (2020-01-31) Praxedes, Rayran Araújo; Rabelo, Emanuelle Fontenele; Albuquerque, Cristiano Queiroz de; Rabelo, Emanuelle Fontenele; Martins, Inês Xavier; Brandão, Simone Nunes
    As esponjas desempenham diversas funções no ambiente marinho e uma delas é conferir microhabitats para outros organismos, servindo de abrigo contra predadores, auxiliando na reprodução, além de fornecer alimento para inúmeras espécies. Apesar da região Nordeste compreender o maior registro da espongiofauna para o litoral brasileiro, com mais de 290 espécies, as espécies de entremarés do Rio Grande do Norte ainda são pouco conhecidas. Sendo assim, este estudo realizou o levantamento da fauna de esponjas e descreveu a composição de sua fauna associada em dois recifes de arenito do litoral semiárido do Rio Grande do Norte, assim como as relações entre fatores bióticos (morfologia e volume) e abióticos (sazonalidade). As coletas foram realizadas trimestralmente nas praias de Baixa Grande e Ponta do Mel por meio de busca ativa. As esponjas foram identificadas até o menor nível taxonômico possível e a fauna associada foi categorizada e quantificada. Ao total foram coletados 82 indivíduos de esponjas distribuídos em 21 espécies, sendo três espécies consideradas dominantes e sete consideradas raras. Um total de 1.567 indivíduos de fauna associada foram encontrados distribuídos em 7 filos diferentes e classificados em generalistas ou especialistas. O grupo de fauna associada mais representativo foi Echinodermata, seguido de Annelida e Mollusca. A espécie Haliclona (Reniera) implexiformis apresentou a maior riqueza de filos na composição de sua fauna associada, seguida de Haliclona (Soestella) caerulea e Tedania ignis. As espécies que apresentaram apenas um filo associado foram Amphimedon viridis e Haliclona (Soestella) sp. 2. Quatro espécies de esponja não apresentaram nenhum organismo associado. A variação sazonal não apresentou influência sob a riqueza dos filos entre as estações seca e chuvosa, entretanto, influenciou em sua abundância, mostrando que existe uma flutuação sazonal na epi e endofauna associadas às esponjas. O presente trabalho adiciona a ocorrência de 13 espécies de esponjas para a costa do Rio Grande do Norte, além de revelar a interação dessas espécies com uma vasta fauna associada, provendo assim, informações importantes ecologia e conservação de abientes marinhos do Nordeste brasileiro
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    Atropelamento de mamíferos silvestres no semiárido brasileiro: paisagem, sazonalidade e hotspots
    (2022-03-08) Raul dos Santos; Calabuig, Cecilia Irene Pérez; Freitas, Simone Rodrigues de; Calabuig, Cecilia Irene Pérez; Ferreira, Eveline Almeida; Silva, Cecília Bueno Moacyr de Lima e
    As estradas causam diversos impactos sobre a fauna, sendo o atropelamento responsável pelo declínio populacional de vertebrados silvestres, ameaçando a persistência de populações de diversas espécies de mamíferos. Os atropelamentos podem estar relacionados à diversos fatores, desde características físicas das estradas, como à presença e/ou ausência de curvas, aclives, declives, intensidade de tráfego, além das características da paisagem, distância com Unidades de Conservação (UC) e influência da sazonalidade das regiões onde as estradas estão inseridas. Nesse contexto, o estudo objetiva identificar os principais hotspots de atropelamento e a relação dos atropelamentos com as características da paisagem e sazonalidade (período seco e chuvoso) para mamíferos silvestres em trechos de estradas localizadas no Seridó, região de clima semiárido. Ao todo, foram percorridos 6.192,52 quilômetros de estradas em 53 saídas de campo entre setembro de 2013 e dezembro de 2017. Imagens de satélite e dados do Mapbiomas foram usados para as análises de classificação do solo. Buffers de 1km, 5km e 10km foram criados ao redor das estradas monitoradas para apontar as variáveis de paisagem associadas aos atropelamentos. O Teste K-Statistics 2D e 2D HotSpot foram usados para indicar agregações e os hotspots de atropelamentos. Modelos lineares foram gerados para as variáveis de paisagem e submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito da sazonalidade. O estudo registrou 527 atropelamentos de mamíferos silvestres, sendo as espécies Cerdocyon thous, Euphractus sexcinctus e Procyon cancrivorus as mais afetadas. Também foram obtidos dados de atropelamento de espécies vulneráveis à extinção, como Leopardus emiliae e o Puma yagouaroundi. No geral, as espécies foram menos atropeladas em áreas alteradas, como agropecuária, solo exposto e infraestrutura urbana. Já em relação a sazonalidade, com exceção da C. thous, as espécies foram mais atropeladas no período chuvoso
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    Onde a luz da lua não importa: atividade do lagarto noturno Hemidactylus agrius ao longo do ciclo lunar em florestas tropicais sazonalmente secas
    (2021-10-27) Rossetti Neto, Francisco de Oliveira; Passos, Daniel Cunha; Passos, Daniel Cunha; Kiefer, Mara Cintia; França, Leonardo Fernandes
    O ciclo lunar influencia o comportamento de muitos animais noturnos. Algumas espécies aumentam (filia lunar) e outras diminuem (fobia lunar) seus níveis de atividade em noites mais claras e, geralmente, répteis escamados (Squamata) noturnos apresentam comportamento fóbico-lunar, buscando evitar predadores primariamente orientados pela visão. Contudo, a maioria dos estudos sobre influência lunar na atividade de lagartos e serpentes foi realizada com espécies de ambientes desérticos e, portanto, ainda não se sabe qual padrão ocorre em ambientes climaticamente menos extremos e estruturalmente mais complexos, como as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, investigamos como lagartos noturnos do semiárido brasileiro são influenciados pelo ciclo lunar, utilizando como modelo a lagartixa Hemidactylus agrius, espécie de ampla distribuição no domínio Caatinga e com elevada abundância local. Testamos a hipótese mais suportada pela literatura, de que a atividade de répteis escamados noturnos seria negativamente influenciada pela luminosidade refletida pela lua, esperando encontrar um maior número de indivíduos ativos durante as noites mais escuras. A atividade dos lagartos foi mensurada por meio de buscas ativas limitadas por tempo em três áreas de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas, nos municípios de Assú e Mossoró no estado do Rio Grande do Norte e no município de Russas no estado do Ceará. Ao todo, registramos 113 indivíduos de H. agrius ativos ao longo de 64 buscas-ativas (270,4 horas-pessoa de esforço amostral). Nossos resultados revelaram que indivíduos de H. agrius estiveram ativos independente da porcentagem iluminada da face lunar e da quantidade de luz refletida pela lua que chega ao solo, não corroborando a hipótese de fobia lunar. O padrão de atividade observado, variando independentemente do ciclo lunar, pode ser explicado por processos extrínsecos (complexidade estrutural da vegetação e estratégia de forrageio dos predadores) e intrínsecos da espécie-alvo (alta acuidade visual e hábitos alimentares generalistas), que podem atuar juntos ou isoladamente. Se por um lado, a complexidade vegetacional das florestas secas pode prover condições adequadas para atividade de H. agrius mesmo em noites mais claras, a pressão predatória exercida por predadores primariamente orientados por sinais químicos, como serpentes e artrópodes, pode comprometer uma maior atividade de H. agrius em noites mais escuras. Nossos achados contribuem para a compreensão da influência da luz refletida pela lua sobre a atividade de lagartos noturnos, revelando que nas Florestas Tropicais Sazonalmente Secas do semiárido brasileiro a atividade de H. agrius não segue o padrão esperado de fobia lunar