Aproveitamento de resíduos da indústria salineira como fonte de cálcio e magnésio para o cultivo inicial do cajueiro anão precoce

Data
2022-02-24
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Resumo

A indústria salineira instalada no estado do Rio Grande Norte é responsável por mais de 90% da produção de sal (cloreto de sódio) do Brasil. Entretanto, gera a produção de subprodutos que são descartados nos rios, mares e no solo sem nenhum tratamento, mas eles são ricos em Ca2+, Mg2+ e S, nutrientes fundamentais para o crescimento vegetal. O cajueiro é uma cultura relevante para região Nordeste do Brasil, contudo, mesmo cultivado em solos de baixa fertilidade há lacunas na literatura quanto à sua nutrição mineral, em especial na fase inicial de crescimento. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo estudar a viabilidade técnica do aproveitamento de resíduos da indústria salineira como fonte de cálcio e magnésio para o cultivo inicial do cajueiro anão precoce. Foi realizado ensaio em casa de vegetação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, durante o período de 22 de abril a 15 de outubro de 2021. Foram testadas quatro doses de carago determinadas para atingir 40% (sem aplicação); 50; 70 e 90% de saturação de bases. A cada dose testada, foi adicionada uma dose padrão de água-mãe correspondente a 100% do magnésio recomendado, equivalente à concentração no solo de 1,0 cmolc.dm-3 de magnesio. Também foram testadas quatro doses de água-mãe, determinadas em função da necessidade de magnésio no solo para elevar os níveis a 0,26 (sem aplicação); 0,5; 1,0 e 2,0 cmolc.dm3 , acrescentada uma dosagem padrão de carago para elevar a soma de bases para 70%. Além de uma testemunha absoluta, que foi o solo original, testou-se um tratamento com produto comercial, feito com gesso agrícola para elevar a soma de bases para 70% da CTC e elevação do Mg para 1,0 cmolc.dm-3 usando sulfato de magnésio. Cada parcela constou de dois vasos contendo 11 L de material de solo, com duas plantas em cada inicialmente, ficando apenas uma planta após 60 dias, com os tratamentos repetidos quatro vezes. Foram realizadas avaliações referentes ao crescimento, fisiologia e nutrição mineral da planta aos 60 dias após a semeadura (DAS) e aos 174 DAS, como também foram avaliadas características químicas do solo. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA). As equações de regressão foram utilizadas para as doses de carago e água-mãe. A testemunha absoluta foi confrontada com as doses de carago e as de água-mãe e o tratamento comercial pelo teste de média (Dunnet, α=0,05). O carago e águamãe apresentaram potencial para correção de Ca2+ e Mg2+ no solo, respectivamente. O carago potencializou a concentração de S no solo nas camadas 0-20 cm e em 20-40 cm. Estes resíduos não afetaram negativamente a salinidade do solo. As variáveis associadas ao crescimento e às trocas gasosas não foram afetadas pelos tratamentos testados, exceto o diâmetro aos 174 DAS


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