Atropelamento de mamíferos silvestres no semiárido brasileiro: paisagem, sazonalidade e hotspots

Data
2022-03-08
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Resumo

As estradas causam diversos impactos sobre a fauna, sendo o atropelamento responsável pelo declínio populacional de vertebrados silvestres, ameaçando a persistência de populações de diversas espécies de mamíferos. Os atropelamentos podem estar relacionados à diversos fatores, desde características físicas das estradas, como à presença e/ou ausência de curvas, aclives, declives, intensidade de tráfego, além das características da paisagem, distância com Unidades de Conservação (UC) e influência da sazonalidade das regiões onde as estradas estão inseridas. Nesse contexto, o estudo objetiva identificar os principais hotspots de atropelamento e a relação dos atropelamentos com as características da paisagem e sazonalidade (período seco e chuvoso) para mamíferos silvestres em trechos de estradas localizadas no Seridó, região de clima semiárido. Ao todo, foram percorridos 6.192,52 quilômetros de estradas em 53 saídas de campo entre setembro de 2013 e dezembro de 2017. Imagens de satélite e dados do Mapbiomas foram usados para as análises de classificação do solo. Buffers de 1km, 5km e 10km foram criados ao redor das estradas monitoradas para apontar as variáveis de paisagem associadas aos atropelamentos. O Teste K-Statistics 2D e 2D HotSpot foram usados para indicar agregações e os hotspots de atropelamentos. Modelos lineares foram gerados para as variáveis de paisagem e submetidos ao Critério de Informação Akaike (AICc). O teste de Kruskal-Wallis foi realizado para averiguar o efeito da sazonalidade. O estudo registrou 527 atropelamentos de mamíferos silvestres, sendo as espécies Cerdocyon thous, Euphractus sexcinctus e Procyon cancrivorus as mais afetadas. Também foram obtidos dados de atropelamento de espécies vulneráveis à extinção, como Leopardus emiliae e o Puma yagouaroundi. No geral, as espécies foram menos atropeladas em áreas alteradas, como agropecuária, solo exposto e infraestrutura urbana. Já em relação a sazonalidade, com exceção da C. thous, as espécies foram mais atropeladas no período chuvoso


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